29 de nov. de 2013

28-11-13

A imagem é essa:

Uma pessoa atada a um balão vermelho em forma de coração
... por um nó de forca.

Os pés esticados em direção ao chão não o tocam por alguns centímetros (~10 cm)

O corpo pende entregue

Uma lagrima desce do olho vivo do morto

mas há um sorriso no rosto

28 de out. de 2013

Os tempos são contínuos, não há convensão que possa encaixar as noções musicais do espírito.

Matematicamente é uma divagação atmosférica inferior

Uma abstração da qual é preciso se abster para entender e encaixar-se por fim

A nota do tempo anterior pode ir até o seguinte e o 3/4 pode facilmente ser escrito no 4/4 a fermata é a única verdade espiritual na música, nem a pausa suporto (?)

Silêncio é na verdade a pausa verdadeira, que vem da alma. Somente a fermata...

A música é finalmente "par demais".

11 de out. de 2013

10-10-13
O significado dessa palavra é almejado
Nunca alcançado...
Sempre em frente ou para o lado vagamos
Escutando nosso coração bater
E o relógio contar horas diagonais
cortando universos paralelos

Eu não me acho perdido, mas me encontro achando coisas demais...

10 de out. de 2013

O baiano contando a historia de que o pai viu um show do Sepultura por causa do ZÉpultura...

E que encontrou o Robert Plant comendo um kibe no pelourinho... Antes que viu de cara o Ironplane aterrissar e se não me engano tomaram breja junto com o Bruce Dickson...

Mais antes ainda a Baiana do Baiano me explica que Irece é no Sertão, enquanto ainda estou com o Chick Corea fundindo o miolo... A internet da Andersonlândia volta a funcionar e verifico a relação dessa informação com o restante das coisas (mugido da sabedoria: "hummm já tinha escutado o nome dessa cidade").



Eu peço Arise do Sepultura e depois Saudades da Minha terra com Chitaozinho e Xororó... E entre um sertanejo de verdade, um metal, um choro e um Classic Rock, Roger Waters com Brahmane, Sepultura tocando Prodigy e ainda vou riscar o seu telefone da minha agenda... Putz! Cesar Menoti e Fabiano...

O gaúcho entra na dança e fazemos zona com Fear of de Darque no mais puro sotaque sulista que ainda vira Fier of de Charque! Discussão também sobre os butiá do bolso...

Era para ser blog de poesias, mas é tudo muito surreal para mim, que só estudei e trabalhei...





28 de set. de 2013

Sob a alta torre
Com um sapo no coração

Defronte ao muro
Que reafirma os temores
anunciados pelo profeta interior

Pronto para o fuzilamento
em frente ao muro

E conhecer os segredos
de uma "Luger"

Revivendo sensações passadas
De anos de espera velada
Ao sabor das vontades de Calypso

Defronte ao muro
M uro
m U ro
mu R o
mur O

Mas a final? Existe mesmo esse muro?





“...as palavras dos profetas estão escritas 
nas paredes do metrô...”

12 de set. de 2013

23-03-11
As ondas do seu mar ainda batem na minha janela à noite

A brisa marítima vai me acordando aos poucos

Logo estou sonhando

Um marrom interminável enche minha boca enquanto um sol dourado de fim de tarde
entra sem piedade pela janela

Tem uma certa quantidade de raiva em tudo isso

Sinto vontade de recomeçar alguma revolução perdida

Para que faça sentido minha existência

Atormentado eu me agarro a cada segundo

Pois a lentidão relativa do tempo dos sonhos não aplaca o meu desespero

------------------pausa longa de um compasso------------------

Elas o querem, pelo tudo ou pelo nada, nada importa, elas o querem

1 de set. de 2013

Clube da esquina...

31-08-13

É difícil descrever a alegria, o privilégio e a honra de compartilhar certos momentos ao lado de seres tão interessantes.

Sei que muitos momentos similares e paralelos devem ter acontecido com outras pessoas e me fica difícil encontrar uma razão plausível para o desejo de tornar publicas certas histórias.

Não vislumbro de forma clara qual a utilidade deste relato para mim ou para a humanidade, mas tal surge como uma “necessidade intrínseca” maior que a racionalidade e sou impelido a vencer toda sorte de afazeres da vida cotidiana para fazê-lo.

Decido não divulgar o nome dos personagens mais pela indelicadeza de não recordar o nome real de todos os atores que pela discrição que seria esperada ao colocar episódios da vida alheia em evidência.

O convite do meu irmão mais velho nos levou à casa de um amigo peculiar, chegamos por volta das vinte horas. O número é 556, como atesta a foto a seguir, e esta informação ainda que aparentemente irrelevante tem de entrada para mim um significado singelo.


Foto do número da casa.

Somos recebidos com calor e brincadeiras usuais, o riso é uma matéria que paira no ar. Sou apresentado como o tecladista oficial do “Morrison lá de Pinheiros” (?), irmão mais novo do grande amigo, descendente de uma linhagem nobre porém humilde.

Entramos na casa, cumprimentamos a esposa benfazeja, os gatos acostados, cinzeiros de restos de tinta epóxi feitos em potes de margarina (“...esse azul aí é da tinta do seu cartão de visita...”).

Ao passar para o quarto seguinte há uma coleção de violões e violas pendurados (conto uns 7 no mínimo) e uma vasta coleção de discos. Eu pergunto ao anfitrião: qual o disco daqui que você mais gosta? A resposta é uma descrição do conhecimento musical gravado em vinil que lá se encontra (à final para que tanta objetividade?)

O anfitrião conta foi que o Yamandu Costa link passou a assinar os violões fabricados por um amigo seu que estava “...vivendo de bolacha de água e sal...” após este ter praticamente obrigado este a mostrar o seu trabalho ao virtuoso violonista. Deliciosos detalhes na eloquência do narrador, que infelizmente são impossíveis de reproduzir na linguagem escrita ou falada.

Saímos novamente para a área externa e falando sobre as mazelas da vida difícil dos músicos e em particular dos brasileiros meu irmão conta de quanto estava na casa de uma namorada e escutou uma música vinda do vizinho. Foi e tocou a campainha querendo saber o que passava e o cantor e compositor Mário Gil link atendeu a porta e disse que estavam gravando um disco, ao entrar vê os músicos dentre eles Mônica Salmaso link.

Tratava-se da gravação em estúdio caseiro do disco Luz do Cais que tive o prazer de ver o lançamento acompanhando meu irmão.

Essa história é compartilhada com a cantora de cabelo vermelho que conta que por fim as entidades lhe disseram que estava pronta e que havia ganhado um festival de samba. Sua humilde e “fiel escudeira”, sábia estudiosa do conhecimento transcendental e “gateira” me diz “...ela canta Clara Nunes, você tinha que ver...” – todos os pelos do corpo duros como setas de aço apontando para fora do meu corpo...

Tudo isso com tipo um Emerson Lake & Palmer tocando ao fundo, enquanto o filho do anfitrião que mora em Salvador e está visitando o pai pilota a churrasqueira.

Chega “um mano” e a mulher em uma moto que considero ser uma Harley Davidson (confirmei que sim mais tarde), acho que a moto “canta” Alceu Valença quando entra, não distingo bem. O ruído do motor é de uma orquestra de britadeiras ferozes.

A moto tem um sistema peculiar e sem fio de reprodução sonora à partir do celular do indivíduo... Daí pra frente a moto fica “cantando” AC/DC.

O personagem tem uma camiseta branca do Metallica, o que para mim é engraçado (não me venham com essa, eu sei que sou dos poucos que vai em show de rock com camiseta branca!)

Eu saio do banheiro que tem na pia uma pedra que seguramente tem a sua explicação etérea...

Quero fazer registro fotográfico da “sala dos violões e vinis” e lá estão o anfitrião e um violeiro que compõe e toca com um pessoal ligado ao Almir (ele chama o Almir Sater assim...). O anfitrião explica: “...essa viola foi feita na machadinha, o amigo estava sem ferramental adequado...” (ver fotos)

 Fotos da sala de vinis e violeiro.


Foto da pedra da pia.

Definitivamente parece que abriram algum portal e os magos da floresta vieram para a cidade do caos... ou fui eu que atravessei o portal “arremessado de fora pra dentro” de outro mundo...

Surge outro ser bizarro com um baixo acústico feito por ele mesmo que faz um som incrível de Jazz Bass digo: ...caramba isto parece um baixo elétrico! Após provar o instrumento com meus conhecimentos rudimentares eu e o anfitrião notamos que este tem um recurso adicional: vem com porta copo incluído...



Foto do anfitrião com o baixo acústico que “fala muito” e tem porta copo incluído.

Começa o sarau ao vivo, músicas históricas. Eu escuto com o ouvido direito a cantora do cabelo vermelho que mostra o seu poder enquanto a fiel escudeira presenteia o meu ouvido esquerdo sentada ao meu lado (ela não admite, mas canta maravilhosamente).

Meu irmão explica que seu anel Atlantis dá “um poder” diferente quando usado em cada dedo, inclusive em um deles confere ao usuário “visão além do alcance” – risos de Thunder Cats.

Tudo isso aconteceu em poucas horas na Lapa, em São Paulo. Vejo que não é à toa que em qualquer lugar da cidade tem uma placa indicando para que direção fica esse bairro...


Agora ficou claro eu queria que alguém visse. É por isso!

30 de ago. de 2013

-        Onde é o coração da cidade? Eu quero ir ao coração da cidade.

-        A cidade não tem coração! Ela te joga na parede como uma coisa inconsistente e sem valor.

-        Aprendi tudo com ela...

-        Você não aprendeu nada. Amanhã estará sozinho, mal-amado e entediado.

-        Mas e a música, o pulso antigo, o cheiro de coisas novas no museu?

-        Disfarces, casualidade...